quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Mente dos Campeões

A psicologia do desporto permite prever o desempenho desportivo dum atleta a partir das suas características pessoais. Se o jovem praticante tem elevada confiança em si mesmo, elevados níveis de concentração, de auto-estima e auto-confiança, determinação e compromisso, e, preocupação positiva (responsabilidade), terá grandes possibilidades de se tornar um atleta de elite, pois este é o perfil geral de praticantes de sucesso.
Além da personalidade do atleta, é importante que este crie hábitos pré-competitivos. Desta feita, parece-me útil que os atletas saibam de antemão que comportamentos os predispõem ao sucesso. É pertinente identificar o comportamento de atletas de elite como modelo a seguir. Estes atletas esforçam-se mais na competição do que no treino, ou seja, são capazes de utilizar energias de reserva num estado competitivo; contudo, devo salientar que não é um exemplo para seguir na íntegra, uma vez que, não se esforçando no treino, o atleta, não conseguirá atingir o máximo das suas capacidades na competição – não pode trabalhar a 80 para render 100, terá que trabalhar a 120 para conseguir, talvez, 100! Outra característica importante dos atletas de topo é que a sua confiança é maior quando estão perante um plano detalhado da competição; assim sendo, compete aos treinadores apresentar planos de competição específicos e detalhados para que os seus atletas estejam mais confiantes e concentrados e, além disso, devem também ter um plano alternativo que diga ao atleta o que fazer, caso o traçado anteriormente não esteja a surtir os resultados desejáveis. Este tipo de atletas gosta de estar só, antes da competição (essencialmente nos desportos individuais), mantendo rituais, tais como ouvir música ou ler um livro (que ajuda a entrar num estado de flow: «crescente activação para a acção, concentração na tarefa, sentimento de controlo, perda de auto-consciência e transformação temporal» (Weinberg & Gould, 1995) – o atleta sente harmonia entre as suas capacidades e as exigências da competição, sendo as percepções de esforço para a realização das tarefas mínimas; estado associado a níveis elevados de motivação intrínseca.
No aquecimento, os atletas de elite, incluem práticas que vão fazer durante a competição, e preferem fazê-lo de forma independente, gostando, no entanto, que o seu treinador esteja presente. São atletas que não se preocupam com os seus adversários e não lhes prestam atenção, mesmo quando estes aquecem perto de si. Quando estão nervosos e tensos, entendem esse estado como forma de estimulação, desde que os níveis de tensão estejam dentro dos limites suportados pelo atleta que, também, é capaz de reconhecer e controlar. Identificam e são conhecedores das técnicas que lhes permitem recuperar a confiança perdida, caso esta se dissipe por algum motivo.
Momentos antes da competição os atletas fazem uma revisão mental da actividade que vão realizar e, durante o período preparatório, apresentam elevada capacidade para se concentrarem única e exclusivamente na competição, não se deixando afectar por estímulos exteriores. São atletas que têm imenso conhecimento sobre si mesmos, sobre as suas capacidades e preparação para a competição em causa, estando, todavia, sempre confiantes de que são capazes de estar à altura das expectativas da competição. O facto de realizarem provas em locais desconhecidos não os afecta, uma vez que têm, também, óptima capacidade para lidar com situações que provocam stress (e.g., claque adversária, jetlag, diferenças ambientais ,etc).
É, já, sabido, que, um campeão é um atleta psicologicamente forte. Na maior parte das vezes, o filtro que selecciona aqueles que chegam ao topo e os que ficam a meio do percurso está na mente e capacidade de “fluidez” mental de cada um. Estes campeões são indivíduos com elevada motivação para treinar, vencer, suportar os esforço e o sofrimento; lidam facilmente com os objectivos competitivos a que se propõem (ou que lhes são impostos) e sabem hierarquizar as acções a tomar de forma a atingir o melhor resultado. Campeões não ficam demasiado preocupados com a derrota ou uma qualquer falha, nem passam demasiado tempo a examinar a situação… falham, pensam, mas retomam todos os procedimentos que os levarão à conquista do objectivo previamente definido, de forma rápida e sem lamentações; além disso, não se preocupam demasiado em atribuir a culpa do fracasso, nem a si, nem ao acaso, juízes, etc. Se, eventualmente, a falha hipotecar o principal objectivo, não se retraem e reformulam-no, de forma a que este continue a ser realista.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Preleções

Se consultarmos num dicionário a definição da palavra preleção, encontraremos, a de que ela é um tipo de “discurso” ou “conferência didática”.
Certamente muitos de nós, quando escutamos falar em preleção, rapidamente somos remetidos ao pensamento da conversa pré-jogo ou competição, como um complemento ou suplemento final de informações sobre o jogo ou como uma “injeção” motivacional voltada para a partida. Devemos no entanto olhá-la também como possibilidade presente durante as sessões de treino (e aí talvez muitos digam que preleção em treino é reunião, e não preleção).
Independente do nome que lhe damos, a preleção é uma ferramenta didática importante que se utiliza antes de um jogo, completa um ciclo de trabalho planificado para a partida. Se utilizada na semana de treinos auxilia na composição mais eficaz do trabalho (solucionando dúvidas, problemas e dando significado e mais consistência aos treinos).
Quando se acaba uma partida, o treinador já deverá estar concentrado na próxima, de tal forma que a conversa pós-jogo (que é necessária sim!) seja o marco inicial dos preparativos para o jogo seguinte (ou seja ela deve ser pensada como primeira preleção para o próximo jogo).
Se entendermos a semana de trabalho que prepara para uma partida, como parte de um processo, olhemos a preleção pré-jogo como final dessa “parte”.
Ingenuamente corremos o risco de acreditar que essa preleção pré-jogo representa momento único e exclusivo para sensibilizar os jogadores a colocarem as suas “vidas” em campo. Daí, atribui-se com certa frequência, como resposta ao mau desempenho em campo, a ineficiência da preleção em injetar ânimo aos atletas.
A preleção pode e deve sim, colaborar como algo a potencializar o desempenho atlético. Mas assim é também a semana de trabalho. Todo o dia, o tempo todo, cada treino deve ser uma oportunidade única dentro do processo para dar significado àquilo que se treina (significado físico-técnico-tático-mental). A motivação para o jogo precisa nascer nos treinos. A motivação para os treinos deve partir da significação dos mesmos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A História começou a escrever-se na Quinta do Conde

TAÇA AFS : TOMBA GIGANTES NA QUINTA DO CONDE


A equipa de futebol sénior da AD Quinta do Conde (ADQC), liderada pelo Prof. Lívio Semedo, está na final da Taça da Associação de Futebol de Setúbal juntamente com o FC Barreirense.Depois de já ter deixado pelo caminho três equipas da 1ª divisão (1º de Maio Sarilhense, Desportivo de Portugal e Grandolense), esta foi a vez do Vasco da Gama de Sines, clube com enorme historial e supostamente potencial, ficar pelo caminho ao perder por 1 – 0, num jogo em que a equipa da ADQC, mesmo a jogar com dez durante mais de 20 minutos, esteve mais perto de marcar o 2 – 0 do que sofrer qualquer golo, saindo muitas vezes a jogar, numa postura de futebol antidisdtrital.Foi com um golo de levantar qualquer estádio, do distrital ou da Liga dos Campeões, a mais de 30 m, batendo sem apelo nem agravo o gigante guarda redes do Vasco da Gama, que Carlos Luz deu vantagem à equipa da ADQC num jogo que esteve sempre controlado pela equipa da casa.Foi uma vitória sem qualquer mácula já que, mesmo no capítulo da arbitragem, se alguma razão de queixa houver será do lado da ADQC, quer em termos disciplinares (mais rigor para a equipa da casa) e já a terminar uma jogada de alguma dúvida sobre uma eventual grande penalidade contra o Vasco da Gama, já para não falar dos 7 minutos de descontos, que acabaram por ser 9. Ainda assim a equipa de arbitragem fez uma actuação globalmente positiva e não foi por eles que se construiu o resultado.Estão de parabéns toda a equipa técnica e jogadores, bem como a muita gente que esteve nas bancadas do Campo António Xavier de Lima e que deram certamente por bem empregue o tempo, pois puderam presenciar um bom jogo de futebol e ver a equipa da sua terra escrever mais uma página muito bonita da história do clube da Quinta do Conde.A equipa volta agora ao trabalho a pensar no desafio do próximo domingo em casa com o Estrelas do Faralhão, com os olhos postos na vitória a fim de consolidar o 2º lugar que actualmente ocupa na tabela classificativa
AD Qª CONDE na final da Taça A.F. Setúbal “ Lívio Semedo acredita na conquista do troféu”
16/02/2012
Publicada por sportsetubal em 19:40 0 comentários

AD Qª CONDE na final da Taça A.F. Setúbal
“ Lívio Semedo acredita na conquista do troféu”

Ao vencer o Vasco da Gama de Sines na meia final da Taça da A.F. Setúbal, a equipa da AD Qª Conde, liderada pelo Prof. Lívio Semedo, fez história na Taça e irá estar na final em que terá como adversário o Barreirense. No rescaldo deste extraordinário feito, o DIÁRIO DA REGIÃO ouviu o “timoneiro” da formação da Qª do Conde, o Prof. Lívio Semedo que nos concedeu uma pequena entrevista onde aborda esse jogo e também a carreira da sua equipa no campeonato:

Diário da Região – Prof. Acreditava ser possível levar de vencida a forte equipa do Vasco da Gama?
Lívio Semedo - Estava optimista e muito confiante, pois sabia que o trabalho realizado durante a semana, iria surtir o seu efeito uma vez que senti também que os jogadores acreditavam, não só nas suas potencialidades, mas também acreditavam no meu discurso.

DR – Como preparou a sua equipa para este jogo?
LS – O jogo foi preparado da mesma forma que todos os outros. Fizemos observação ao adversário onde tirámos toda a informação que considerámos importante. Posso até dizer-lhe que já tínhamos definido quem bateria as grandes penalidades caso fosse necessário faze-lo e que inclusive os jogadores saiam para as onde deveriam bater para que o êxito fosse alcançado, pois estudámos também o guarda-redes adversário.

DR - O que sentiu no final do jogo?
LS – O sentimento foi de dever cumprido, pois deu um gozo enorme ver aqueles jogadores, adeptos e dirigentes felizes pelo feito acabado de alcançar, e que dificilmente vá demorar a ser repetido por outra equipa desta divisão.
DR – E agora a final frente ao líder da 1ª Distrital o Barreirense. Acredita poder vencer o Troféu?
LS – Quem me conhece sabe que acredito que podemos ganhar, e que vou fazer tudo para o alcançar, sabendo no entanto que vai ser mais difícil, pois além do adversário estar já avisado que também temos valor, é o 1ºclassificado da 1ª distrital e a qualidade é superior à da equipa do Vasco da Gama.

DR – A AD Qª Conde é o actual 2º classificado no campeonato. Quais são os objectivos?
LS - O Objectivo da ADQC neste momento passa pelo apuramento para a fase final e para a disputa para o apuramento da subida em conjunto com mais 5 equipas. Depois tudo vai começar quase do zero em virtude da diminuição dos pontos para metade, e então logo vamos definir o que queremos.

DR – O plantel dá-lhe garantias de lutar pela subida de divisão?
LS – O plantel dá-me garantias de trabalho com alegria e entusiasmo em disputar todos os jogos com o pensamento na conquista dos 3 pontos. Não defrontei ainda o Melidense que não conheço, nem o União de Santiago que ganhou na 1ª volta na Quinta do Conde e que todos dizem que tem muito boa equipa, logo não consigo afirmar se estamos ou não em pé de igualdade com os restantes. No final da 1ª fase terei mais dados para responder a essa questão.

João Fernandes In DIÁRIO DA REGIÃO 16/2/2012

Regresso ao Activo

Novo ano, novo clube. Desafio interessante. Associação Desportiva da Quinta do Conde. Desconhecido para muitos, clube sem história para outros. Muitos questionaram. Lívio vais treinar na 2ª divisão distrital de Setúbal? Estás louco? Esses clube tem algum relevo no distrito?
Respondi a todos o mesmo que á pessoa que me honrou com o convite! O director desportivo, Manuel Pinéu. Sou treinador de futebol e como tal treino onde me sentir bem independentemente do escalão etário e da divisão a que pertence. Facilmente chegamos a um entendimento para iniciar funções de seguida e com 3 treinos orientar a equipa no primeiro jogo e felizmente a primeira vitória quando ainda não sabia bem o nome de alguns atletas.
Outros jogos se seguiram e o mais importante é que me estou a divertir e sinto o grupo a melhorar e a jogar cada vez melhor e com um futebol mais atractivo nada parecido com o que se pratica nestas divisões.
Sou teimoso, muito teimoso e penso que a equipa que melhor futebol praticar está sempre mais perto de ganhar jogos e de ficar nos melhores lugares da classificação.
Sinto os meus atletas a ter prazer nos treinos e nas jogadas que fazem e que cada vez mais gozam com o futebol praticado. Não ganhámos nada, longe disso mas estamos de certeza no bom caminho e mais perto de ser felizes.
(Aqui fica a notícia da comunicação social)
PROFESSOR, LÍVIO SEMEDO, NOVO TREINADOR DOS SENIORES
O professor Lívio Semedo é o novo treinador da equipa de seniores da ADQC.
A Direcção foi confrontada, na noite de segunda feira, com a saída da anterior equipa técnica em função de um convite para uma equipa da 3ª divisão nacional.
A Direcção deseja boa sorte aos elementos da equipa técnica que decidiram sair.
Embora apanhada de surpresa, durante a manhã de terça feira, a Direcção chegou a acordo com o professor Lívio Semedo, tendo o mesmo sido apresentado ao plantel e começado de imediato a treinar.
O professor Lívio Semedo é Licenciado em Educação Física, com a especialidade do treino desportivo, na modalidade de Futebol. Treinou vários clubes como o Cova da Piedade, nos escalões de formação e seniores, Monte da Caparica, Casa Pia, Alcochetense, Samora Correia, Sesimbra, Real Massamá e Seixal.
Foi director técnico e responsável por todas as selecções da AFS tendo conquistado um título de campeão nacional em sub 18 e coordenador e prelector dos cursos de treinador da FPF.
Tem no seu currículo, quatro subidas de divisão e um campeonato nacional em selecções sub 18.
A Direcção deseja ao novo treinador as boas vindas e os maiores sucessos.

Treino Psicológico! Como fazer! Como treinar! Como tirar rendimento!

Treino, quando falamos nesta palavra, muitas vezes o nosso pensamento direciona-se predominantemente para conteúdos referentes à vertent...