A psicologia do desporto permite prever o desempenho desportivo dum atleta a partir das suas características pessoais. Se o jovem praticante tem elevada confiança em si mesmo, elevados níveis de concentração, de auto-estima e auto-confiança, determinação e compromisso, e, preocupação positiva (responsabilidade), terá grandes possibilidades de se tornar um atleta de elite, pois este é o perfil geral de praticantes de sucesso.
Além da personalidade do atleta, é importante que este crie hábitos pré-competitivos. Desta feita, parece-me útil que os atletas saibam de antemão que comportamentos os predispõem ao sucesso. É pertinente identificar o comportamento de atletas de elite como modelo a seguir. Estes atletas esforçam-se mais na competição do que no treino, ou seja, são capazes de utilizar energias de reserva num estado competitivo; contudo, devo salientar que não é um exemplo para seguir na íntegra, uma vez que, não se esforçando no treino, o atleta, não conseguirá atingir o máximo das suas capacidades na competição – não pode trabalhar a 80 para render 100, terá que trabalhar a 120 para conseguir, talvez, 100! Outra característica importante dos atletas de topo é que a sua confiança é maior quando estão perante um plano detalhado da competição; assim sendo, compete aos treinadores apresentar planos de competição específicos e detalhados para que os seus atletas estejam mais confiantes e concentrados e, além disso, devem também ter um plano alternativo que diga ao atleta o que fazer, caso o traçado anteriormente não esteja a surtir os resultados desejáveis. Este tipo de atletas gosta de estar só, antes da competição (essencialmente nos desportos individuais), mantendo rituais, tais como ouvir música ou ler um livro (que ajuda a entrar num estado de flow: «crescente activação para a acção, concentração na tarefa, sentimento de controlo, perda de auto-consciência e transformação temporal» (Weinberg & Gould, 1995) – o atleta sente harmonia entre as suas capacidades e as exigências da competição, sendo as percepções de esforço para a realização das tarefas mínimas; estado associado a níveis elevados de motivação intrínseca.
No aquecimento, os atletas de elite, incluem práticas que vão fazer durante a competição, e preferem fazê-lo de forma independente, gostando, no entanto, que o seu treinador esteja presente. São atletas que não se preocupam com os seus adversários e não lhes prestam atenção, mesmo quando estes aquecem perto de si. Quando estão nervosos e tensos, entendem esse estado como forma de estimulação, desde que os níveis de tensão estejam dentro dos limites suportados pelo atleta que, também, é capaz de reconhecer e controlar. Identificam e são conhecedores das técnicas que lhes permitem recuperar a confiança perdida, caso esta se dissipe por algum motivo.
Momentos antes da competição os atletas fazem uma revisão mental da actividade que vão realizar e, durante o período preparatório, apresentam elevada capacidade para se concentrarem única e exclusivamente na competição, não se deixando afectar por estímulos exteriores. São atletas que têm imenso conhecimento sobre si mesmos, sobre as suas capacidades e preparação para a competição em causa, estando, todavia, sempre confiantes de que são capazes de estar à altura das expectativas da competição. O facto de realizarem provas em locais desconhecidos não os afecta, uma vez que têm, também, óptima capacidade para lidar com situações que provocam stress (e.g., claque adversária, jetlag, diferenças ambientais ,etc).
É, já, sabido, que, um campeão é um atleta psicologicamente forte. Na maior parte das vezes, o filtro que selecciona aqueles que chegam ao topo e os que ficam a meio do percurso está na mente e capacidade de “fluidez” mental de cada um. Estes campeões são indivíduos com elevada motivação para treinar, vencer, suportar os esforço e o sofrimento; lidam facilmente com os objectivos competitivos a que se propõem (ou que lhes são impostos) e sabem hierarquizar as acções a tomar de forma a atingir o melhor resultado. Campeões não ficam demasiado preocupados com a derrota ou uma qualquer falha, nem passam demasiado tempo a examinar a situação… falham, pensam, mas retomam todos os procedimentos que os levarão à conquista do objectivo previamente definido, de forma rápida e sem lamentações; além disso, não se preocupam demasiado em atribuir a culpa do fracasso, nem a si, nem ao acaso, juízes, etc. Se, eventualmente, a falha hipotecar o principal objectivo, não se retraem e reformulam-no, de forma a que este continue a ser realista.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
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