quarta-feira, 13 de abril de 2016

Velocidade de Pensamento e Execução – A perceção do momento do jogo


Segundo, (Queiroz, 1983), a equipa deve “recusar a inferioridade numérica, evitar a igualdade numérica, procurar criar superioridade numérica”. 

Esta afirmação acima descrita apresenta-se como algo a que as equipas se propõem em todos os jogos, mais propriamente em todos os momentos do jogo. 

 


É lógico que o tentem fazer, alcançar é que nem sempre se verifica. Porquê? Porque exige uma tomada de decisão coletiva/individual que tem em conta um conjunto de fatores (Princípios, Subprincípios e Subsubprincípios) tais como: 

A observação do posicionamento do adversário e da própria equipa, primeiro passe, progressão, a procura pelo espaço, mobilidade, envolvência, superioridade vinda de trás, ocupação racional do espaço, entre outros. A todo isto acrescentar, inevitavelmente, muita qualidade técnica o que só assim permite que estes princípios e subprincípios sejam percecionados e executados a uma velocidade estonteante. 
O golo do Chelsea frente ao City, tem tudo isto e demora cerca de 19 segundos a ser concretizado. O mesmo surge de um canto contra, começa no setor defensivo, através de um primeiro passe executado pelo jogador que vai finalizar a jogada, passa por todos os setores e corredores, variação do centro de jogo, participaram 6 jogadores e foram executados 7 passes e um remate. Isto é o futebol! Velocidade de pensamento e de execução! 


Todas as intervenções foram decisivas para o sucesso coletivo, podíamos destacar o primeiro passe do Schurrle ou a variação do centro de jogo do Hazard, o movimento do Schurrle sem bola – observação – perceção do momento – desmarcação, a temporização do Diego Costa, a fixação do defesa do Ivanovic, mas parece-me demasiado redutor destacar apenas um movimento ou um passe, a jogada é claramente coletiva e evidência o cumprimento dos princípios fundamentais ofensivos do jogo.


Isto só se alcança com um processo de treino planeado e orientado para os princípios de jogo. O estímulo de treino é que permite este tipo de comportamentos coletivos a esta velocidade. Não é o primeiro, nem será o último golo em ataque rápido/contra-ataque, a verdade é que é frequente nas equipas orientadas pelo treinador José Mourinho. 


Podemos analisar o golo do ponto de vista defensivo, contudo, parece me muito mais mérito ofensivo do que demérito defensivo. 

Um golo que evidencia uma identidade de jogo, contudo, nenhuma equipa vive de um só momento, pode e deve direcionar/focalizar o processo no momento com que mais se identifica, mas o jogo exige a perceção e comportamento em função dos momentos. Quanto mais “culta” for a equipa mais perto fica o sucesso coletivo. A biblioteca, perceba-se processo de treino, assume uma relação direta com a cultura da equipa e aqui entrará sempre os livros que o bibliotecário propõe à equipa.

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