Segundo,
(Queiroz, 1983), a equipa deve “recusar a inferioridade numérica, evitar a
igualdade numérica, procurar criar superioridade numérica”.
Esta
afirmação acima descrita apresenta-se como algo a que as equipas se propõem em
todos os jogos, mais propriamente em todos os momentos do jogo.
É
lógico que o tentem fazer, alcançar é que nem sempre se verifica. Porquê?
Porque exige uma tomada de decisão coletiva/individual que tem em conta um
conjunto de fatores (Princípios, Subprincípios e Subsubprincípios) tais
como:
A
observação do posicionamento do adversário e da própria equipa, primeiro passe,
progressão, a procura pelo espaço, mobilidade, envolvência, superioridade vinda
de trás, ocupação racional do espaço, entre outros. A todo isto acrescentar,
inevitavelmente, muita qualidade técnica o que só assim permite que estes
princípios e subprincípios sejam percecionados e executados a uma velocidade
estonteante.
O
golo do Chelsea frente ao City, tem tudo isto e demora cerca de 19 segundos a
ser concretizado. O mesmo surge de um canto contra, começa no setor defensivo,
através de um primeiro passe executado pelo jogador que vai finalizar a jogada,
passa por todos os setores e corredores, variação do centro de jogo,
participaram 6 jogadores e foram executados 7 passes e um remate. Isto é o
futebol! Velocidade de pensamento e de execução!
Todas
as intervenções foram decisivas para o sucesso coletivo, podíamos destacar o
primeiro passe do Schurrle ou a variação do centro de jogo do Hazard, o
movimento do Schurrle sem bola – observação – perceção do momento –
desmarcação, a temporização do Diego Costa, a fixação do defesa do Ivanovic,
mas parece-me demasiado redutor destacar apenas um movimento ou um passe, a
jogada é claramente coletiva e evidência o cumprimento dos princípios
fundamentais ofensivos do jogo.
Isto só se alcança com um processo de treino
planeado e orientado para os princípios de jogo. O estímulo de treino é que
permite este tipo de comportamentos coletivos a esta velocidade. Não é o
primeiro, nem será o último golo em ataque rápido/contra-ataque, a verdade é
que é frequente nas equipas orientadas pelo treinador José Mourinho.
Podemos
analisar o golo do ponto de vista defensivo, contudo, parece me muito mais
mérito ofensivo do que demérito defensivo.
Um golo que evidencia uma identidade de
jogo, contudo, nenhuma equipa vive de um só momento, pode e deve
direcionar/focalizar o processo no momento com que mais se identifica, mas o
jogo exige a perceção e comportamento em função dos momentos. Quanto mais
“culta” for a equipa mais perto fica o sucesso coletivo. A biblioteca,
perceba-se processo de treino, assume uma relação direta com a cultura da
equipa e aqui entrará sempre os livros que o bibliotecário propõe à equipa.
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