sábado, 31 de maio de 2014

MODELO DE JOGO BASEADO NO SISTEMA TÁTICO 4-4-2 LOSANGO


Quando um treinador opta por um modelo de jogo para a sua equipa, tem sempre várias condicionantes e referências para escolher uma forma de jogar para a sua equipa. Uma dessas referências é o sistema tático que define o posicionamento base dos jogadores. Quando o treinador atribui funções aos jogadores e adiciona processos defensivos e ofensivos à equipa, automaticamente está a implantar um modelo de jogo na equipa.

        Por norma, o sistema tático 4-4-2 losango não é um sistema de excelência na ocupação de espaços, mas é excelente para trocar a bola entre várias zonas do campo. Se os médios estiverem bem posicionados e em amplitude, existem inúmeras linhas de passe que são excelentes formas de iniciar um ataque. Assim, é um bom sistema para efetuar saídas de jogo de qualidade, seja por bola longa, subida das linhas ou troca de flanco.
        Este modelo de jogo será baseado em ataque rápido e movimentações dinâmicas, sem nenhum ponta de lança fixo. A apresentação do modelo de jogo, isto é, posicionamentos e movimentações será feita pelas fases do jogo descritas, das quais: saída de jogo, criação de situações de finalização, finalização, equilíbrio defensivo, recuperação defensiva e defesa propriamente dita.
 
        Saída de jogo
        Quando a equipa parte desde o primeiro setor com a bola controlada, o primeiro objetivo é posicionar a equipa para recuperar imediatamente a bola. A bola parte sempre de um lateral, com apoio do médio do mesmo lado que sobe e os restantes médios mantém a contenção em frente à cobertura da linha defensiva, como na figura 1.
 
 
       De preferência, a bola parte dos pés do defesa lateral e este decide o que fazer com a bola. A equipa acompanha a movimentação e decisão do defesa lateral e do médio do mesmo setor.
        A primeira opção passa pelo médio conduzir a bola ou arrancar para o ataque rápido. Se o adversário pressionar estes dois jogadores, a segunda opção é trocar de flanco imediatamente, seja através dos defesas ou médios, importando que seja pelo chão. A terceira hipótese para o portador de bola, mesmo que esteja incluindo um passe ao médio com devolução. A ideia é manter sempre a posse de bola. Por último, o extremo contrário mantém-se sempre aberto para receber a bola através do passe longo. O treino da saída de jogo deve incluir a tomada de decisão neste sentido: Atacar, sem pressão, manter a posse de bola e sair em passe longo.
 
        Criação de situações de finalização
        Após a saída de jogo, o médio ou o lateral tem a bola nos pés e tem a opção de passar para trás ou fazer a bola progredir para a frente. Existem duas opções se a escolha é levar a bola em frente: direcionar para o jogador alvo ou inverter o flanco. Se existe espaço no corredor para direcionar a bola ao extremo posicionado para receber, o portador da bola deve conduzir e passar ou passar imediatamente a bola.
        Quando existe bastante espaço para o extremo jogar, será uma grande vantagem para este tentar cruzar. Se não houver muito espaço para cruzar ou se a situação não for conveniente para a finalização, o extremo pode aproveitar as suas habilidades técnicas para segurar a bola em busca e opções ou enquanto a equipa sobe no terreno. Esta ação não deve demorar mais de três segundos. Se a equipa não consegue criar situações favoráveis, deve tentar inverter a bola de flanco.
       Criação de situações de finalização (2)
       Os restantes médios devem ser sempre opções de passe seguras e evoluídos taticamente para trocar a bola de flanco com eficácia. Quando o portador da bola não tem opções pela elevada pressão causada pelo adversário, a opção é levar o objeto do jogo para onde existe espaço livre, no flanco contrário. Preferencialmente, a bola deve ser trocada de flanco através do passe, se possível com três passes no máximo. O extremo contrário mantém-se aberto para servir de alvo a receber a bola no final da troca de flanco. O segundo alvo é o médio contrário.
       Criação de situações de finalização (3)
        Sempre que existe espaço livre, o médio portador da bola tem autorização para conduzir a bola em diagonal a partir do meio-campo. Antes do meio-campo, apenas a pode transportar em direção à linha de fundo. O extremo movimenta-se para receber a bola em conjunto com o médio ofensivo centro. Esse mesmo extremo oferece linha de passe em primeira opção e jogador alvo em segunda opção. Como jogador alvo, limita-se a receber a bola em profundidade para finalizar. Pode ainda apoiar o outro extremo em movimentos para desorganizar a defesa adversária, libertando espaço entre a defesa adversária. Por sua vez, o extremo contrário movimenta-se em rutura no momento do passe, pronto para finalizar (entra quando houver espaço livre para esse movimento). No momento de distribuição para os extremos, o médio contrário sobe e coloca-se para receber a inversão de flanco e cruzar. Se o desgaste deste médio for elevado, será o lateral do mesmo lado desse médio a fazer essa movimentação em largura.
       Situações de finalização (1)
       Se a opção de finalização mais segura for o extremo do mesmo lado do portador, então o novo portador da bola fica responsável por jogar em explosão e cruzar, seja longo, curto ou da linha de fundo. Se a opção mais viável é o outro extremo, um passe para as costas as defesa a receber pelo jogador alvo e um remate à baliza é a movimentação pedida pelo treinador.
        Situações de finalização (2)
        Outra opção que pode revelar-se segura será o passe para o médio-ofensivo. Este opta por passar para o outro flanco, rematar de longe ou passar a rasgar para ambos os extremos. Se nenhuma for possível, passa para trás e recomeça a criação de situações de finalização, seja pelo mesmo lado ou pelo flanco contrário.
        Equilíbrio defensivo (saída de jogo do oponente)
        Uma vez que o espaço no meio-campo é mal ocupado, a equipa deve estar sempre pronta a tentar recuperar a posse de bola. Os médios devem ser rápidos a pressionar, principalmente se a bola está no seu lado do campo. Quando isto acontece, o médio contrário junta-se ao centro do campo e entra em contenção. Os extremos fecham linhas de passe entre o meio-campo e a defesa adversária e pressionam o portador pelas costas. O médio ofensivo e os extremos devem estar prontos para contra-atacar mal a bola seja recuperada.
        Recuperação defensiva (construção de situações de finalização do adversário)
        Neste momento do jogo, equivalente à transição defensiva, é um momento cujo posicionamento da equipa é crucial. Duas linhas de contenção e cobertura devem estar formadas e de preferência subidas. O médio ofensivo pressiona forte nas costas e os extremos estão prontos para contra-atacar mal a equipa recupere a posse de bola. O extremo do lado do campo onde está a bola participa na pressão defensiva e o outro está colocado em espaço livre. Entre médio ofensivo e extremo em contenção, um destes irá receber a bola e iniciar o contra-ataque.
        Defesa propriamente dita (situações de finalização do adversário)
        A equipa forma duas linhas de quatro jogadores com pressão máxima para recuperar a bola e amplitude deve ser pequena. Os extremos assumem função para contra-atacar quando a bola é recuperada. Enquanto isso não acontece, ajudam a pressionar forte. Se o contra-ataque for impossível, a opção mais viável é manter a posse de bola e esperar pela movimentação da equipa.
     
  Habilidades individuais
        Os defesas devem ser hábeis no espaço, entre contenção/cobertura defensiva. Os extremos devem ser explosivos e muito hábeis na finalização/criação de situações de finalização. A dinâmica aplicada aos extremos permite a estes jogar em amplitude e com apenas uma substituição, alterar o sistema para 4-3-3. Os médios devem ser extremamente criativos e com habilidade para jogar nas faixas laterais e no centro.
 
 
 
 
 
 
      
 
 

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