sábado, 18 de junho de 2011

Mais algumas ideias sobre o treino da Velocidade no Futebol

Se observarmos jogos de futebol, mesmo sem análise científica, nunca veremos nenhum jogador fazer um sprint de 100 metros e muito menos, de forma contínua e em linha recta, 200 ou 300 metros. Isso serviria sim como método de treino aos velocistas do atletismo. Mesmo que alguns treinadores de futebol dispensem a tendência mundial sobre especificidade do treino e ainda insistam em utilizar as experiências realizadas com atletas dos desportos individuais e transferir isso para o futebol, não devemos concordar com essa confusão metodológica tão evidente.
A literatura e os resultados com a metodologia correcta têm sido recompensadores para muitos profissionais, que aprenderam a treinar futebol com futebol e não com montanhas, rampas, escadarias, areia e tantas outras coisas que não fazem parte de nada relacionado com o jogo. Para contestar esses aparatos e métodos, alguns estudos na área da fisiológica seriam o bastante – a ciência valida as novas tendências -, mas o bom senso e a percepção de que o futebol evoluiu são determinantes para o inicio da mudança.
O “novo” às vezes confunde e assusta. Em relação aos conceitos de velocidade, por exemplo, há uma boa evolução consensual, pois o discurso para os que pretendem ou trabalham com futebol já passa pelo raciocínio de que o conceito clássico do treino de velocidade utilizado necessariamente o atletismo não quer dizer muita coisa quando temos por objectivos desenvolver ou mesmo manter as manifestações da velocidade de futebolistas.
Pensando nisso, há algumas definições que deixam muito clara a ideia de como começarmos a criar uma metodologia próxima do ideal para o treino no futebol, respeitando a especificidade da actividade competitiva.

• Velocidade de percepção: Perceber as situações do jogo e modificá-las o mais rápido possível, muitas vezes mesmo sem tocar na bola.

• Velocidade de antecipação: Capacidade de adiantar-se ao movimento do adversário ou do desenvolvimento do jogo.

• Velocidade de decisão: Algumas jogadas não são realizadas não por falta de habilidade, mas sim por falta de decisão. Isso mostra que não é suficiente somente perceber algo, mas sim decidir rapidamente e objectivamente a jogada.

• Velocidade de reacção: Fintar, reagir às fintas, saídas rápidas em espaços vazios, recuperar bolas mal passadas, bolas que desviam, etc.

• Velocidade de movimento sem bola (cíclico e acíclico): Deslocamentos repetidos em aceleração em espaços amplos para a busca de melhor posicionamento, ou movimentos em pequenos espaços e acções isoladas com fintas, etc.

• Velocidade de acção com bola: Inclui os componentes coordenativos e técnicos do futebol. Essa manifestação de velocidade tem por base a percepção, antecipação, decisão e reacção.

• Velocidade de habilidade: É a forma mais complexa da manifestação da velocidade. Não é definida somente pelas acções energéticas e musculares, pois para exercer a habilidade necessitamos de raciocínio técnico, ou seja, compreensão do jogo.
As distâncias percorridas: quantificação e qualificação

Detectar os espaços percorridos durante uma partida tornou-se algo bastante simples. Uma boa filmagem, um GPS, um programa simples no computador e alguns cálculos para conversões numéricas ou gráficas de imagens permitem-nos observar de forma exacta a distância total e o perfil de velocidade de cada atleta durante uma partida de futebol.

Outros factores também devem ser levados em consideração para a organização do treino: posicionamento, nível de treinabilidade, nível de adaptação, acções técnicas, numero de sprints em varias distâncias, distâncias parcial e total.
Segundo a maioria das análises videográficas conhecidas até hoje, identificamos que atletas de futebol de elite chegam a repetir de 30 a 100 sprints em distâncias variadas entre 5 a 40-50 metros, dependendo da sua posição no campo.

Sabe-se também que a maioria dos sprints em alta velocidade gira em torno de 20 a 25 metros. Mas toda essa análise quantitativa do desempenho do futebolista não fornece dados suficientes para entendermos a qualidade do desempenho. Precisamos sempre unir a avaliação quantitativa às observações qualitativas, ou seja, se pensamos em velocidade, precisamos entender de que forma foi executado o movimento.
Esses são passos importantes para o entendimento do desempenho real de cada jogador. Considerando esses dados sobre distâncias percorridas em jogos de futebol, cada dia mais evidentes na literatura internacional, fica claro que os jogadores de futebol não necessitam da mesma “velocidade” que um corredor de 100 ou 400 metros.

Nessas modalidades cíclicas, os métodos de treino também seguem o princípio da especificidade e basicamente essa ordem metodológica de trabalho: velocidade de reacção, aceleração e resistência de velocidade de forma exclusivamente cíclica. O futebol difere muito dos métodos de velocidade do atletismo, ou seja, não é cíclico, tem características e intervalos diferentes.
Para desenvolver as várias manifestações da velocidade no futebol, podemos criar métodos motivacionais a partir de estratégias simples. Os pequenos jogos e confrontos individuais com bola atraem muito os futebolistas, pois além de se parecerem muito com a disputa real, cada jogador pode utilizar em muitos momentos do trabalho a criatividade nas acções contra o seu “adversário” desenvolver métodos de treino para futebolistas em que a velocidade esteja relacionada directamente com a habilidade individual deve ser a tónica da maioria das sessões de velocidade.

O que adiantaria uma capacidade de aceleração extremamente bem desenvolvida ou mesmo uma óptima força de saltos, se o futebolista não conseguisse utilizar essas manifestações em situações adequadas do jogo? Os métodos de trabalho devem representar as acções competitivas para que o atleta reconheça as situações dos jogos e a capacidade que tem para enfrentá-las na disputa.
Outro detalhe que nunca podemos deixar passar despercebido é que força e velocidade são componentes que se interagem completamente. O bom desenvolvimento das manifestações de força, assim como todos os exercícios coordenativos, está directamente associado ao desenvolvimento da velocidade.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Alguns Exercicios para Trabalho em Espaço Reduzido

Exercício 1

MATERIAL: Cones sinalizadores, estacas, 3 jogos de coletes, bolas.

DESENVOLVIMENTO: Duas equipas jogam a dois toques durante 3 minutos. Enquanto isso, a outra equipa faz um percurso ao redor da área de jogo, alternando a intensidade de corrida e realizando movimentos coordenados ao passar pelos equipamentos. A intensidade de corrida é controlada pelo Treinador e alterna-se a cada 15 segundos. No final dos 3 minutos dá-se um período de 1-2 minutos para recuperação e faz-se a troca entre as equipas.

OBJECTIVO: Desenvolver a resistência especial, pressing, pensamentos e acções rápidas, contracções excêntricas.
Exercício 2

MATERIAL: Cones sinalizadores, dois jogos de coletes, bolas.

DESENVOLVIMENTO: Equipa azul joga em superioridade numérica contra a equipa vermelha que tenta recuperar a posse de bola para passá-la para o outro lado do campo onde se encontra um dos seus jogadores. Após o passe todos passam para o outro campo, excepto um jogador de azul que permanece para descanso passivo. Desta feita quem jogará em superioridade será a equipa vermelha, até a equipa azul recuperar a bola e iniciar a mesma acção do outro lado.
OBJECTIVO: Desenvolver a resistência especifica, pressing, pensamentos e acções rápidas.
Exercício 3

MATERIAL: Cones sinalizadores, 3 jogos de coletes, bolas.
DESENVOLVIMENTO: Situação de 3x1. Em cada passe efectuado entre as duas equipas azuis sai um jogador azul na pressão sobre o portador da bola. A bola tem que ser passada entre todos os jogadores antes que seja passada para o outro lado. Após a equipa recuperar a posse de bola ou (1-2 min) as equipas trocam de posição.
OBJECTIVO: Desenvolver a resistência especifica, pressing, pensamentos e acções rápidas.

Exercício 4

MATERIAL: Cones, sinalizadores, 3 jogos de coletes, bolas.

DESENVOLVIMENTO: Situação de 4x2. A equipa azul tem como objectivo circular a bola entre todos os companheiros para poder passar a bola para o lado oposto. A equipa vermelha tem por objectivo, quer num lado, quer no outro, anular a circulação de bola adversária. Após a recuperação de bola a equipa do meio troca de posição com a equipa que perdeu a posse de bola.

OBJECTIVO: Desenvolver a resistência especifica, pressing, pensamentos e acções rápidas.

Exercício 5

MATERIAL: Cones sinalizadores, dois jogos de coletes, bolas.
DESENVOLVIMENTO: 5 x 5, equipas jogando a 2 toques. A cada passe efectuado o jogador deverá sair em velocidade para algum dos cones colocados fora da área (ficando momentaneamente fora do jogo) e em seguida retorna.
OBJECTIVO: Desenvolver a resistência especifica, pressing, pensamentos e acções rápidas.

Alguns Exercicios para Trabalho de Força Rápida Específica do Futebol

Exercício 1

MATERIAL: 4 barreiras, 10 cones sinalizadores, bolas.

DESENVOLVIMENTO: Equipa dividida entre laterais e médios (vermelhos), avançados e centrais (azuis). O jogador A faz condução sinuosa por entre os cones e passa para B que realiza o cruzamento. Após passar a bola, A realiza dois saltos e desloca-se em velocidade para a segunda estaca, mudando de direcção e voltando em seguida para a primeira, indo posteriormente ainda em velocidade, receber passe do Treinador e finalizar. Do outro lado do campo estão os atacantes e defensores. Quando a bola é passada para B realizar o cruzamento, os atacantes saem em velocidade para contornar os sinalizadores amarelos e voltar para receber o cruzamento. Os defensores saem em perseguição destes tentando evitar o golo. Médios e laterais trocam as posições depois de um tempo determinado.

Exercício 2

MATERIAL: 6 cones, 2 balizas móveis, sinalizadores, bolas.

DESENVOLVIMENTO: O jogador A faz o percurso desenhado e recebe a bola do Treinador para finalizar, saindo em seguida em velocidade máxima para defender a baliza grande em situação de 1x1 contra o jogador B, sairá em condução máxima em direcção a baliza para tentar a finalização logo após o jogador A ter rematado á baliza.
OBJECTIVO: Desenvolvimento da força rápida, finalização

Exercício 3

MATERIAL: 4 barreiras, 8 cones, sinalizadores, 1 baliza móvel, bolas.

DESENVOLVIMENTO: Os jogadores A e C iniciam os saltos simultâneamente. A faz o seu percurso e vai receber passe do jogador B que após o passe irá receber e seguirá em situação 2x1 contra C que irá defender.

OBJECTIVO: Desenvolvimento da força rápida, contracções excêntricas, finalização.

Exercício 4

MATERIAL: Sinalizadores, 1 baliza móvel, bolas.

DESENVOLVIMENTO: Jogador A passa a bola para B e se desloca para o fundo receber passe e realizar cruzamento. B faz a parde para C e se desloca realizando os saltos e indo finalizar. C após receber a parede lançará a bola para A no fundo se deslocando em seguida, realizando os saltos e indo para a finalização.

OBJECTIVO: Desenvolvimento da força rápida, finalização.

Exercício 5
MATERIAL: 4 cones, 8 barreiras, sinalizadores, bolas.

DESENVOLVIMENTO: O jogador A passa a bola para o jogador B e depois faz os saltos e skippings indo receber a bola no fundo para realizar um cruzamento. B salta as barreiras recebe de A e faz parede para C indo em seguida para a área para finalizar. C após receber a bola de B lança no fundo para A e vai para a entrada da área. O médio do lado oposto (D) também arranca em direcção á baliza para tentar a finalização junto com o outro atacante (E)

OBJECTIVO: Desenvolvimento da força rápida, finalização.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Rotura de Ligamentos Cruzados - Problema dos Futebolistas

Como se tratam as lesões dos joelhos?

O joelho é a maior articulação do corpo humano, e a que mais frequentemente sofre lesões.
Os ortopedistas utilizam uma variedade de métodos para tratar as lesões dos joelhos.
O método mais comum é: repouso, gelo, compressão e elevação.
Descanse o joelho não exercendo carga sobre ele, ou andando com o apoio de canadianas;
Aplique gelo para controlar o edema (inchaço);
Use uma ligadura elástica de compressão que fique justa e não tão apertada que cause dor;
Finalmente, mantenha o joelho elevado.

O que é uma rotura de ligamentos?

Habitualmente, quando as pessoas falam em rotura de ligamentos, estão geralmente a falar de uma rotura do menisco. Este tipo de lesão é muito comum nos atletas (em especial nos futebolistas). O menisco é uma cartilagem forte, com uma consistência que se assemelha à borracha, e age como um amortecedor do choque, à semelhança do que se passa com os amortecedores do carro. As roturas do menisco podem ocorrer quando se roda sobre o joelho, quando se faz um drible, ao abrandar durante uma corrida, ou ao se ser placado (como acontece no râguebi). Neste tipo de lesões há geralmente contacto directo entre duas pessoas durante a prática de um desporto.
O que é uma artroscopia do joelho?

Se tem dor ou edema (inchaço) persistente no joelho, o procedimento cirúrgico conhecido como artroscopia pode ajudar a aliviar estes sintomas e a resolver o problema.

A artroscopia permite ao ortopedista diagnosticar e tratar patologias do joelho, uma vez que mostra o interior do joelho, através de pequenas incisões, utilizando um instrumento do tamanho de um lápis, chamado artroscópio. A lente permite a transmissão de uma imagem do seu joelho, através de uma pequena câmara, para um monitor de televisão. A imagem permite ao ortopedista examinar de forma minuciosa o interior do joelho, e determinar a causa do problema.
Durante este procedimento, o ortopedista pode introduzir instrumentos cirúrgicos através das pequenas incisões feitas no joelho, de forma a remover ou a reparar as estruturas danificadas.
Com a evolução dos artroscópios, este procedimento tem-se tornado cada vez mais eficaz, tanto para obter um diagnóstico preciso como para tratar de forma eficiente as patologias do joelho.

O que causa uma rotura do LCA (Ligamento Cruzado Anterior)?

Quando se muda de direcção rapidamente, se começa a diminuir a velocidade da corrida, ou se cai após um salto, pode-se fazer uma rotura do ligamento cruzado anterior. Os atletas que praticam basquetebol e ski e os atletas que usam ténis com pitons, como é o caso dos futebolistas, são mais susceptíveis de sofrer lesões do LCA.
O que causa uma rotura do LCP (Ligamento Cruzado Posterior)?

As lesões do ligamento cruzado posterior, são geralmente causadas por uma pancada na parte frontal do joelho, ou por pousar mal a perna durante um jogo vigoroso.

A Importância dos Alongamentos

Os alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento.
O principal efeito dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação.
Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto, maior a sua flexibilidade.
Os alongamentos conseguem esse resultado por aumentarem a temperatura da musculatura e por produzirem pequenas distensões na camada de tecido conjuntivo que revestem os músculos.
E nossos músculos, que são responsáveis pelos nossos movimentos, possuem, entre outras características importantes, a elasticidade, que lhes permite voltar ao tamanho normal depois de alongados.
Entretanto, devido à vida sedentária, posturas inadequadas, stress diário e a não realização de alongamentos, o ser humano pode ter estruturas do corpo comprometidas pelo desalinhamento ou sobrecarga que sofrem.
Com os músculos tensos ou encurtados, não haverá amplitude normal de movimentos, nem uma boa circulação sanguínea, além de causar desconfortos e até dores.
Isso mostra a importância de realizarmos alongamentos com frequência, entretanto, mais importante do que realizá-los, é fazê-los de maneira correcta.
Os alongamentos são fáceis, mas quando realizados de forma incorrecta podem, na realidade, fazer mais mal do que bem.
Alongamentos antes e depois da exercitação mantêm a flexibilidade e ajudam na prevenção de lesões comuns.

Dicas para Alongamentos

1. Se for inseguro para realizá-los procure um professor de educação física nível superior ou um ginásio o mais perto de sua casa para obter auxilio;
2. Escolha posições seguras para realizá-los mantendo um bom alinhamento corporal;
3. Alongue-se até sentir uma sensação de tensão. Se por acaso sentir dor intensa, a posição deve ser relaxada para evitar micro lesões na musculatura. Todas as pessoas devem respeitar os seus limites e aumentar lenta e gradualmente a intensidade dos exercícios;
4. Mantenha o alongamento de 10-60 segundos por articulação. Evite balançar-se na execução (pois assim estará estimulando um reflexo de contracção ao invés do propósito de alongar);
5. Faça um pré-aquecimento (pode ser uma pequena caminhada ou uma pedalada de 5-10 min antes de realizá-los. Os melhores resultados ocorrem quando eles estão mais estimulados, fazendo também no resfriamento após os exercícios;
6. Mantenha uma regularidade de 3-5 vezes por semana a fim de obter bons resultados no ganho de flexibilidade.

Objectivos do Alongamento

• Restaurar a amplitude de movimento normal na articulação envolvida e a mobilidade das partes moles adjacentes a esta articulação;
• Prevenir o encurtamento ou tensionamento irreversíveis de grupos musculares.
• Facilitar o relaxamento muscular;
• Aumentar a amplitude de movimento de uma área particular do corpo ou corporal de forma geral antes de iniciar os exercícios de fortalecimento;
• Reduzir o risco de lesões músculo-tendinosas (tendinite).
Algumas indicações:
Os exercícios de alongamento devem ser feitos por todas as pessoas, em qualquer idade, a qualquer hora, e não requerem equipamento especial, nem treino prévio. É importante fazer os alongamentos de manhã, antes e depois da prática desportiva, durante uma actividade física stressante ou quando sentir seus músculos com mais tensão.

Certo

• Respirar suavemente;
• Alongar os músculos de forma lenta e calma;
• Procurar manter uma boa postura;
• Manter cada alongamento por 10 a 15 segundos.

Errado

• Fazer os exercícios apressadamente;
• Alongar os músculos de forma abrupta ou dando solavancos;
• Alongar até sentir dor;
• Prender a respiração enquanto alonga.
" O alongamento deve ser feito antes de iniciar qualquer actividade física e, no final delas. Ele ajuda a prevenir lesões nos músculos e tendões, evita dores musculares e aumenta a flexibilidade. "
Os alongamentos podem ser realizados toda vez que sentirmos vontade: no trabalho, no carro ou assistindo à televisão.
Podemos e devemos nos alongar de manhã, antes de começar o dia; no final do dia, para aliviar as tensões acumuladas depois de ficar sentado ou em pé por muito tempo e, principalmente, antes e depois de actividades físicas.
Todas as pessoas podem aprender a fazer alongamentos independentes da idade e do condicionamento físico. É gostoso fazê-los quando se procede de forma correta, respeitando a sua estrutura muscular, sua flexibilidade e seus limites pessoais.
A regularidade e o relaxamento são os factores mais importantes para o alongamento, que deve ser feito lentamente e sem tensionamento. Nada de balanceios, pois estes enrijecem o músculo que você esta tentando alongar. Assuma uma posição confortável e sustente-a relaxando o músculo. Permaneça nesta posição de 10 a 30 segundos. Não segure a respiração, mantenha-se respirando de forma lenta e controlada.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Pubalgia

Difícil de Diagnosticar e de Tratar

Existem muitas dores que afligem atletas e desportistas em geral, sendo que algumas têm características que chegam a ser confundidas com outras patologias. Nestes casos, o diagnóstico correcto é imprescindível para que o tratamento dê resultado. Uma dessas dores é a pubalgia, que incomoda muitos futebolistas e que precisa ser tratada para não atrapalhar os treinos e as competições.

O termo pubalgia denomina dor no púbis (o osso que se localiza no final do músculo do abdómen, sob a região genital, fazendo parte do osso do quadril.
Esta denominação é muito abrangente, o que muitas vezes gera confusão, pois os seus sintomas podem assemelhar-se a outras patologias. Para alguns autores este termo é usado para a ocorrência da lesão do canal inguinal, mais conhecida como hérnia inguinal.
Outras patologias que têm sintomas parecidos são: hérnia inguinal, doenças geniturinárias, osteítes púbicas (síndrome do músculo grácil e síndrome do músculo piriforme), prostatite, bursites na região do quadril ou artrite do quadril. Porém, mais que uma causa pode estar associada à dor no quadril. Abordaremos nesta matéria somente a dor na virilha relacionada à tensão da musculatura dessa região com ou sem alteração do osso do púbis e sem hérnia inguinal.
A dor na região da púbis ou na virilha é muito comum em atletas e pode ser aguda ou crónica. Atinge principalmente jogadores de futebol e ténis, mas também corredores de longa distância (maratonistas), ou corredores de aventura. É mais frequente em homens do que em mulheres devido à quantidade proporcional de praticantes de futebol e também às diferenças anatómicas e biomecânicas dessa região do corpo (a bacia da mulher adapta-se melhor aos impactos dos desportos).
Mecanismos de lesão e causas

Os mecanismos de lesão podem incluir alterações rápidas de direcção, movimentos repetidos de corrida associados a desequilíbrios musculares, traumas directos, diferenças no comprimento dos membros inferiores, prática desportiva em pisos duros, uso de calçados inadequados e excesso de treino.
A causa mais comum da dor na virilha é a distensão ou tensão exagerada da musculatura que envolve esta região, abrangendo os músculos adutores longos, recto abdominal, iliopsoas, pectíneo e recto femoral. Pouca flexibilidade da musculatura da região do quadril e pélvis, assim como instabilidade de quadril e desequilíbrio muscular entre adutores e músculos do abdómen, também podem contribuir para o surgimento da pubalgia.
Quando a pubalgia tem sua causa na musculatura, o músculo e tendão mais acometido normalmente é o do músculo adutor (porção longa), podendo apresentar uma inflamação crónica ou até uma lesão das fibras (ruptura de uma parte do tendão ou músculo). Outro músculo habitualmente atingido é o repto abdominal na região que se insere no osso púbis. A tensão nestes dois músculos desequilibra o quadril, pois o músculo repto abdominal traciona o osso do quadril para cima, enquanto o adutor puxa para baixo.
Sintomas

A dor é bem localizada na virilha e pode acometer apenas um lado ou os dois. Normalmente ocorre durante a corrida (ou outro desporto), mas se o atleta continuar a correr a dor pode aparecer durante outras actividades como sentar-se e levantar-se de uma cadeira, subir e descer escadas, agachar, mudanças de direcção abrupta, aceleração e chuto. Os corredores normalmente apresentam dor localizada e forte desde o início da doença.
Se houver irradiação da dor, o atleta pode sentir incómodo na região de abdómen inferior, adutores, região genital e lombar, caso haja associação com alterações da articulação sacroilíaca (junção do quadril e porção final da coluna).

Diagnóstico

Quanto mais demorado for o início do tratamento maior será o tempo de recuperação. Quando diagnosticado e tratado rapidamente o corredor tem a possibilidade de não se afastar da corrida, tendo apenas o seu treino modificado até a recuperação total. O tempo de afastamento do desporto depende de cada caso.
O diagnóstico médico é de extrema importância. Além do exame físico, os exames de imagem auxiliarão o médico a fazer o diagnóstico correcto. O raio X pode mostrar lesão do osso púbis, calcificação dos tendões acometidos, osteoartrite ou instabilidade pélvica. Já a tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem evidenciar outras causas da dor na virilha, como a existência de hérnia inguinal ou lesões musculares e tendíneas.
Tratamento

O tratamento para dor na virilha decorrente da hérnia inguinal é, na maioria das vezes, cirúrgico. Já o tratamento para pubalgia decorrente das alterações musculares e ósseas é conservador. Esse é o principal motivo de escolhermos o segundo tipo para aqui abordarmos. Além do tratamento médico, a acupunctura e a fisioterapia auxiliarão a completa recuperação.
O objectivo do tratamento fisioterápico consiste em diminuir a dor e a inflamação, aumentar a resistência do tendão ou tendões acometidos, restabelecer o equilíbrio muscular, melhorar a estabilidade do quadril e da coluna. É recomendada a aplicação de bolsa de gelo por 20 minutos no local da dor, duas a três vezes por dia, desde o início do aparecimento da dor até o final do tratamento.
No início da patologia não se deve correr com dor. Muitas vezes, após a realização do tratamento correcto, no retorno ao desporto pode acontecer um pouco de dor durante a corrida, mas essa dor pode ser descrita mais como um incómodo do que dor. A musculatura acometida precisa de um tempo de adaptação, o que justifica esse incómodo, bem diferente da dor durante a pubalgia.
A pubalgia é um grande desafio na medicina desportiva. Não é apenas um problema para ser diagnosticada, mas também de difícil tratamento. Se não tratada correctamente pode se tornar crónica e atrapalhar a vida desportiva dos atletas. É uma patologia que requer um acompanhamento multidisciplinar. Siga a orientação do seu médico e procure um profissional capacitado para acompanhar a sua reabilitação. O fisioterapeuta poderá utilizar técnicas de terapia manual e correcções posturais como RPG (Reeducação Postural Global) para proporcionar uma recuperação segura e completa.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O TREINO DA VELOCIDADE NO FUTEBOL


Algumas Considerações

(1) o treino da velocidade relacionado com as acções explosivas efectuadas em espaço reduzido, tais como saltos, travagens, mudanças de direcção, passes, remates, e outras actividades acíclicas;
(2) o treino da velocidade de repetição, mais relacionado com as acções cíclicas, produzidas num espaço mais amplo, como por exemplo a corrida, com e sem bola.

Dado que a prestação efectiva dos jogadores numa partida se prolonga por um período de tempo considerável, não basta ser rápido. É necessário sê-lo muitas vezes, sem perder eficácia. Deste modo uma das preocupações ao nível do treino é predispor o jogador para repetir a realização de acções rápidas, ao longo do jogo, sem que a sua velocidade de realização baixe drasticamente por aparecimento da fadiga. À capacidade que permite fazer face a este condicionamento dá-se o nome de velocidade/resistência.

PRECEITOS FUNDAMENTAIS

"Como já o referimos, o treino da velocidade deve ser equacionado para que haja um casamento óptimo entre a solicitação das valências perceptivas, decisionais e neuromusculares. Há, portanto, que reconhecer que os benefícios do treino da designada velocidade funcional, que integra os ingredientes do jogo, são bem mais significativos do que o treino formal de velocidade, este habitualmente associado aos sprints lineares realizados sem bola. Nesta linha de raciocínio, para que o desenvolvimento da velocidade seja eficaz, parece-nos importante atender aos seguintes preceitos:

* Gerar esforços de intensidade maximal

Para que se consiga uma adaptação efectiva é imprescindível exigir-se ao executante elevada concentração e máximo empenhamento na tarefa a realizar. O respeito por esta exigência é fundamental, dado que o exercício apenas induz a adaptação desejada se provocar a solicitação de um número significativo de unidades motoras, o que, por sua vez, reclama intensidade maximal na sua execução.
Tal implica o respeito pelas seguintes condições:
• é conveniente realizar o treino de velocidade no início das sessões, após um adequado aquecimento. O desenvolvimento da velocidade deve ter lugar em condições de relativa frescura nervosa e muscular
Quando a fadiga começa a instalar-se a excitabilidade do sistema neuromuscular diminui, provocando também uma redução da coordenação intra e intermuscular e, com ela, uma diminuição da eficiência dos movimentos. Neste caso o efeito de treino orientar-se-á, sobretudo, para a velocidade-resistência;
• os exercícios devem ser realizados durante períodos de tempo curtos, até 10 segundos;
• os períodos de recuperação devem ser longos, com duração superior a cinco vezes o tempo de duração do exercício, de forma a permitir uma recuperação completa, e assim se criarem condições aos sistemas implicados para nova repetição ou série em regime de intensidade máxima.
Para o caso particular da velocidade-resistência, pode ter-se como referência exercícios realizados com intensidade quase máxima, com uma duração entre 20 e 40 segundos e intervalos de recuperação entre três e cinco vezes a duração do exercício. Os intervalos devem incluir actividades de repouso activo que acelerem a recuperação, como por exemplo corrida lenta.
* Estabilizar o contexto de treino

Importa criar um contexto de treino no qual as experiências motoras favoreçam a identificação de uma regularidade de certos efeitos. Isto permite que o praticante seleccione os aspectos fundamentais e que o treinador disponha de condições para o informar acerca da maior ou menor justeza dos seus comportamentos e dos aspectos sobre os quais deve actuar para ser eficaz. No âmbito energético-funcional, um dos aspectos a considerar é a realização de um volume de trabalho suficiente para provocar uma adaptação positiva. Dependendo embora da estrutura interna do exercício, do grau de motivação dos atletas e do seu estado de treino, para o desenvolvimento da velocidade parece razoável tomar-se como referência a execução de 2 a 10 séries de 2 a 10 repetições
* Desenvolver o complexo velocidade-precisão

A procura da conjugação velocidade-precisão, aquando do treino das habilidades técnicas, é um aspecto importante a ter em conta, no sentido do aperfeiçoamento do controlo da alternância da contracção e descontracção dos músculos esqueléticos, da coordenação intra e intermuscular, em função dos padrões de movimento típicos da modalidade e também da adaptabilidade na realização de movimentos atípicos.
Não obstante pesquisas, efectuadas no âmbito da Psicologia do Trabalho, tenham demonstrado que toda a aprendizagem é acompanhada de um aumento de velocidade de realização do sujeito para a tarefa considerada, sabe-se que existe um limiar de velocidade abaixo e acima do qual o desenvolvimento da velocidade não se faz sentir. Enquanto que no primeiro caso a precisão das acções raramente é perturbada, no segundo ela torna-se praticamente inacessível.
Assim, impõe-se a adopção de uma velocidade crítica que viabilize a relação optimal entre a velocidade e a precisão, não ignorando que a mesma varia, entre outros aspectos, com a complexidade da tarefa a realizar e com o nível do praticante. Para que o desenvolvimento do complexo velocidade-precisão não fique comprometido, o jogador deve ter assimilado e estabilizado o estereótipo dinâmico motor relativo aos requisitos fundamentais das habilidades técnicas. As habilidades técnicas devem ser aprendidas e estabilizadas a velocidades relativamente baixas. Contudo, é ao experimentar acções executadas a velocidades superiores, que o praticante adquire a correspondente imagem sensório-motora do movimento. Por essa razão e também porque o transfere da técnica aprendida a baixa velocidade para exigências de alta velocidade é extraordinariamente complexo, o atleta deve ser encorajado a consolidar a técnica acelerando, aumentando a intensidade. Neste sentido, preconiza-se a realização de exercícios de velocidade funcional, os quais devem reproduzir, não só o padrão estrutural dos movimentos a adoptar, mas também a velocidade crítica com que os mesmos devem ser executados.
É óbvio que ao pretender-se desenvolver a velocidade funcional, deve garantir-se que os atletas assegurem a continuidade das acções, o que implica, por exemplo, que saibam receber a bola e passá-la em condições de ser jogada, ou conduzi-la em progressão sem perder o seu controlo. Se os atletas estiverem constantemente a perder o controlo da bola, a continuidade e a ligação das acções ficará comprometida e, por consequência, estará também comprometido o desenvolvimento da velocidade.
* Desenvolver a velocidade em contextos de interferência técnico-táctica

O desenvolvimento da velocidade em contextos de interferência táctico-técnica revela-se muito importante. Neste domínio a procura da individualização da carga e da diferenciação do conteúdo, em função do estatuto posicional e das características dos jogadores, são aspectos a considerar.
Para dar resposta a esta intenção torna-se muito importante o recurso a "complexos técnico-tácticos", entendidos como conjuntos de exercícios que, inspirados na matriz do modelo de jogo a perseguir, induzem um desenvolvimento motor específico do sistema funcional dos jogadores e da equipa. É conveniente, por exemplo, adoptar exercícios rítmicos que levem o jogador e a equipa a reagirem, o mais rapidamente e o melhor possível, à situação de perda ou conquista do móbil do jogo (bola, ...), com o intuito de criar desequilíbrios súbitos no balanço ataque/defesa ou defesa/ataque e surpreender o adversário.
* Dar uma intenção funcional à acção a desenvolver

Um jogador que leia ou interprete o jogo duma forma deficiente, mesmo que seja rápido na execução de acções individuais, não consegue, habitualmente, adoptar soluções proveitosas para a equipa. Sabendo que o projecto de intenção, relativo a uma determinada acção, guia já essa mesma acção no plano perceptivo, deve procurar-se que as intenções de acção resultem duma análise funcional do movimento adaptado às competências reais do executante e aos requisitos próprios do jogo. Neste sentido elas favorecem a selecção, a ligação das informações e induzem ganhos na velocidade de realização.
* Atender à especificidade do contexto

No treino da velocidade deve adoptar-se formas e situações similares às do jogo, perseguindo o denominado treino da velocidade funcional.
Tenha-se em consideração, no entanto, que os tipos de solicitações de um jogo de Futebol são diferentes das reclamadas por um jogo de Basquetebol e estas diferem das exigências típicas de um jogo de Hóquei em Patins. Este facto torna imprescindível a necessidade de perfilar a especificidade (o bilhete de identidade) da modalidade desportiva em questão.

Treino Psicológico! Como fazer! Como treinar! Como tirar rendimento!

Treino, quando falamos nesta palavra, muitas vezes o nosso pensamento direciona-se predominantemente para conteúdos referentes à vertent...