terça-feira, 15 de abril de 2014

10 RAZÕES PARA CRIAR MUITA MOBILIDADE NA SUA EQUIPA


        1. Diminui o desgaste dos jogadores

        Se é treinador e pretende criar um ritmo de jogo elevado, sem desgastar os jogadores em demasia, a solução é fazê-los movimentarem, e trocarem de posições entre si. Se numa situação, atacam os jogadores do corredor esquerdo, na situação seguinte, atacam os jogadores do lado direito do campo. E se o atacante não se pode movimentar para a baliza num contra-ataque porque está caído no chão por exemplo, que se movimente um extremo ou um médio em direção à baliza. Através da mobilidade dos jogadores, todos podem jogar à bola e nenhum é obrigado a se desgastar desnecessariamente, justamente porque cada jogador ou grupo de jogadores atacam à vez.


        2. Aumenta a dinâmica ofensiva

        Exatamente por manter um desgaste menor dos jogadores é que é possível ter uma dinâmica ofensiva muito melhor. Imagine que em determinada situação, atacam uns jogadores. Em outra situação, atacam outros jogadores. E em outra situação diferente, atacam outros jogadores. Desta forma, é possível criar três métodos ofensivos diferentes, que obrigam o adversário a se manter em postura defensiva, e ao mesmo tempo, a equipa torna-se imprevisível por atacar de formas variadas e diferentes

       3. Aproveita a qualidade individual de um jogador em várias regiões do campo e situações diferentes

       Se o treinador possui um jogador versátil no plantel, e pretende utilizá-lo em diferentes situações de jogo, não vai fixar esse jogador a uma zona do campo. Em vez disso, para aproveitar as qualidades desse jogador em diferentes situações e regiões do campo, deve fazê-lo movimentar-se, seja a trocar posições com outros jogadores, seja a fazê-lo aparecer em regiões do campo que não a original. Por exemplo, vamos supor que temos no plantel, um médio-ala com qualidade técnica aprimorada. Em ataque posicional, podemos utilizá-lo num dos corredores. Já em contra-ataque, podemos fazê-lo aparecer no centro porque assim entra no caminho mais perto da baliza. Desta forma, estamos a utilizar esse jogador numa região diferente da sua posição, aproveitando as suas qualidades em favor desse jogador e em favor da equipa.


4. Desorganiza o equilíbrio defensivo do adversário


         Imagine que numa certa partida, uma equipa defronta uma equipa que os jogadores trocam muito de posição. Tanto aparecem aqui, como aparecem ali, como aparecem noutro sítio. Este tipo de futebol é complicado de defrontar, especialmente se a nossa equipa não possuir uma cultura e disciplina tática muito elevadas. De tanto os jogadores se movimentarem da sua posição, existem vários espaços livres na organização defensiva adversária, que podem ser aproveitados para criar situações de finalização.
         Imagine que numa certa partida, uma equipa defronta uma equipa que os jogadores trocam muito de posição. Tanto aparecem aqui, como aparecem ali, como aparecem noutro sítio. Este tipo de futebol é complicado de defrontar, especialmente se a nossa equipa não possuir uma cultura e disciplina tática muito elevadas. De tanto os jogadores se movimentarem da sua posição, existem vários espaços livres na organização defensiva adversária, que podem ser aproveitados para criar situações de finalização.




 
Se o treinador vai defrontar uma equipa super defensiva, faça os jogadores adversários se soltarem da sua posição, e coloque os seus jogadores a explorar os espaços livres que são criados.
        5. Impede a criação de espaços livres contra a equipa adversária
        Muitas vezes, surgem espaços livres na nossa equipa, que o adversário pode aproveitar e colocar-se em vantagem. A mobilidade é um dos melhores métodos de fechar esses espaços. Tanto a contenção como a cobertura defensiva, dois princípios defensivos utilizados para fechar espaços, necessitam da mobilidade para serem postos em prática. Imagine uma situação, num sistema 4-4-2, um dos médios acaba de criar um espaço livre no corredor central. Para fechar este espaço, ou os médios se movem e se juntam, ou se move um defesa e os restantes defesas se juntam. A formação em campo acabada de formar será diferente, mas o importante é a equipa ter tomado a atitude de se movimentar para fechar espaços, nem que seja por dois metros.
 

        6. Fomenta a criação de espaços livres a favor da equipa
 
        Vou propor um desafio ao leitor. Entre duas equipas, uma circula a bola, com os jogadores agarrados às suas posições, e outra equipa circula a bola com os jogadores a se movimentarem pelo campo e a trocar de posições. Qual destas equipas criará mais espaços livres? Perante uma equipa com bastante mobilidade, é muito mais difícil fechar a marcação comparativamente a jogadores com mobilidade estática. São obrigados a perseguir e a marcar jogadores, e acabam muitas vezes por se libertarem das suas posições. Isso significa, que libertam espaços livres, que podemos explorar a nosso favor.


7. É um futebol bonito e agradável

        Claramente, um futebol onde fica a impressão que os jogadores correm e se esforçam é um futebol bem mais bonito do que jogadores que ficam agarrados às suas posições a trocar constantemente a bola. A maior parte dos adeptos não percebe absolutamente nada de futebol. Não é capaz de fazer uma análise tática simples, nem de compreender onde a equipa está a jogar bem ou mal. Não é capaz de compreender a estrutura de uma equipa. No entanto, acreditam que uma equipa está a jogar bem quando se movimenta e faz a bola circular. Mesmo para quem percebe de futebol, uma equipa com atitude pratica um futebol bonito, e uma equipa que tem atitude para se movimentar no campo (de forma organizada, obviamente), é uma equipa atrativa e sempre considerada perigosa. Aproveite-se desse facto enquanto treinador



 
 
        8. Obriga os jogadores a se manterem psicologicamente concentrados
 
        Um jogador no campo, que esteja sempre em mobilidade, está sempre a explorar o jogo e a procurar respostas para as situações que encontra. Então, está sempre a pensar o jogo, quer queira quer não, o que o obriga a concentrar-se psicologicamente. E como sabemos, a elevada concentração psicológica dos jogadores leva-os a melhorar o seu rendimento. Existem outros fatores de grande peso na concentração psicológica dos jogadores, mas se um jogador está sempre em movimentação, a pensar no que vai fazer de seguida e sempre a antecipar-se, certamente que está a jogar concentrado e a jogar bem.


       9. Possibilita um ritmo de jogo elevado e constante

 

       Por um lado, se os jogadores não se desgastam tanto, por outro lado a dinâmica ofensiva é maior, viramos para o terceiro lado, e através da mobilidade, podemos criar uma equipa com ritmo de jogo elevado e constante. As leis gerais do futebol obrigam a que seja criada superioridade numérica, especialmente a defender. Mas obriga a criar vantagem numérica, se assim pretendermos. Podemos fazer a nossa equipa simular um ataque por um lado do campo, com apenas dois ou três jogadores, em desvantagem numérica perante o adversário. Desta forma, podemos sempre atribuir especiais funções de desorganização a alguns jogadores da equipa, fazendo-os circular pelo campo e confundindo as marcações do adversário.



        10. Ajuda a dominar o jogo
 
        Finalmente, juntando as várias vantagens que revimos até agora, desde criar espaços livres a nosso favor, como fechar os nossos espaços, passando pela desorganização da defesa adversária, através da mobilidade, podemos ganhar várias situações de jogo. Numa partida de futebol, as situações formam uma cadeia, sem padrão definido, embora essas ligações estejam ligadas entre si. Se a nossa equipa consegue vencer a maior parte das situações, isso significa que estamos a controlar a partida, e podemos escolher o ritmo e velocidade da mesma para manter o jogo a nosso favor. Grandes equipas sabem como fazer os seus jogadores se movimentarem para assumir o controlo do jogo, aproximando todo o grupo da vitória final!
 
 
           


 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

COMO POSSO SER MAIS RESPEITADO ENQUANTO TREINADOR?



Uma das dicas da moda refere que o treinador não pode ser amigo dos jogadores. Mas, porque não pode ser amigo, se é o líder do grupo, é o líder desses jogadores? Um líder não é amigo dos seus comandados, ou apenas os usa a seu belo favor? Ou, já que não é amigo, é inimigo do jogador? Alguma coisa não bate certo aqui, e precisamos perceber o quê, para melhorar a qualidade do nosso grupo. Tudo depende da forma como vemos a palavra amigo, e como tecemos as relações com os nossos comandados.





 
 

Por opinião, não depende de ser amigo ou não dos jogadores, mas a quão próxima é a relação e como esta foi construída com o tempo. Existem relações que são muito próximas entre os treinadores e jogadores, onde ambos se respeitam mutualmente, e tudo o que fazem, é para servir o outro lado da relação. Existem outras relações mais afastadas, em que nem sempre podemos contar com os atletas, ou eles não podem contar com os treinadores, que resulta em tempo perdido para ambas as partes. Se ser amigo do jogador, corresponde a ensiná-lo, trabalhá-lo, protegê-lo e encaixá-lo na equipa, então, a palavra amigo adquire o significado correto no mundo do desporto. Por outro lado, se ser amigo é sair à noite, tratar as coisas da vida pessoal em conjunto, e fazer o que bem entender apenas por lucro próprio, o jogador e o treinador não só não estão a ser amigos dos seus colegas de equipa, como não estão a ser amigos de si mesmo.

 
 
 




Futebol, não é apenas uma questão de organização tática, mas é o que a maior parte da gente vê. Qualquer treinador, não trabalha com máquinas. Isso é a profissão dos mecânicos. Um treinador é um líder, trabalha com pessoas,  precisa de compreender cada um dos jogadores, saber o que este tem de melhor e pior como jogador e pessoa, e extrair o melhor em função da equipa para o valorizar pessoalmente, assim como aos seus colegas. Assim sim, o treinador, com certeza, é amigo do atleta, e ambos retiram lucro com isso.
 
 
     1. Tenha consideração pelos jogadores

       O sucesso pessoal do treinador nunca poderá estar acima dos jogadores, porque é através dos jogadores que o treinador ganhará títulos. Se a equipa está em baixo de forma, faça-os correr. Se a equipa está desmoralizada, dê-lhes forças, moralize-os. Se a equipa está desorganizada, organize-os, treine-os, mostre-lhes o que quer ver deles em campo e seja paciente com eles. Nunca diga "eu tenho uma reputação a defender", mas diga "nós temos uma reputação a defender".




     2. Cumprimente todos os jogadores

       Quando chega ao treino, não precisa ficar na conversa com os jogadores, para que estes não sejam demasiado próximos a si. Em vez disso, cumprimento-os um a um, com aperto de mão firme e olhe-os nos olhos, de forma franca e direta. Não aperte a mão da pessoa por mais de dois ou três segundos. Isso fica mal na postura de um líder. Há mais a fazer do que ficar ali especado a apertar a mão de uma pessoa. Depois, vá preparar o treino.



     3. Use as palavras certas

       A comunicação é a única forma de fazer uma equipa. Um líder que não comunica corretamente, não consegue fazer passar a mensagem daquilo que quer ver na equipa. Sempre que for falar aos jogadores, faça-o quando eles o ouvirem. Se estiverem a conversar enquanto alongam por exemplo, peça a atenção deles para o próximo exercício. Fale para os jogadores com voz ativa e cabeça levantada. Nunca diga "Preciso da vossa atenção se faz favor". Em vez disso, experimente "Atenção rapazes, atenção".

 




     4. Aceite os jogadores

       Nenhum jogador é 100% estúpido ou 100% inteligente, nem é 100% valioso nem 100% imprestável. Todos têm um papel no grupo e todos fazem falta. Aprenda o que cada um tem para oferecer ao grupo e o que é preciso proteger em cada jogador. Desenhe um modelo de jogo que esconda os pontos fracos dos jogadores e que mostre os pontos fortes deles. Eles não se aperceberão que o treinador fez isso, mas para eles, perceberá de futebol, e terá o respeito deles.



     5. Aprenda com eles

       O treinador, comanda o grupo, organiza as ideias do grupo, mas não é dono da verdade absoluta. Há coisas que não sabe e que pode aprender muito com eles. Nunca defenda a sua ideia, se sabe que você está errado e os jogadores estão certos. Isso pode acontecer em apenas uma situação, mas que é suficiente para que os jogadores nunca mais o respeitem como o respeitaram até ao momento.


     6. Ninguém é diferente dos demais

       Se puder aproximar-se o suficiente de um jogador para saber da sua vida pessoal, perceberá que ele tem objetivos, que lá no fundo, lhe quer agradar a si e aos colegas e desfrutar da vida. Você também.





     7. Seja tolerante

       Há por ai muitas pessoas vistas como más, possessivas, egocêntricas e/ou agressivas. Talvez não tenham quem os proteja ou os apoie, levando-os a agir dessa forma. Pode acontecer que um membro que acabou de entrar no grupo, que até agora era visto como grande jogador, esteja a fazer tudo mal. Talvez preciso de mais tempo para se adaptar, talvez tenha medo de falhar ou tenha problemas pessoais. Não faça caso disso. Apoie o jogador, seja tolerante e tenha paciência. Ele precisa de si.



     8. Faça o trabalho de casa

       Alguém me pode explicar como se resolvem as coisas à última da hora? A preparação, é fundamental. Organizar a equipa e evoluí-la segundo os conceitos em que acredita, só pode trazer bons resultados no campo. Não fazer nada ou fazer pouco no treino, e exigir alto rendimento aos jogadores no campo, não só não é uma atitude de um líder como equivale a fechar as portas ao sucesso no futebol.

 

 
       9. Imponha limites desde cedo
       Logo que um jogador lhe falte ao respeito, imponha-lhe um limite. Assim que um jogador lhe faltar ao respeito várias vezes, mais lhe seguirão. Não deixe que isso aconteça, para seu bem e para bem do grupo. Deixar que um jogador o desrespeite à primeira vez, é o único passo que precisa ser dado para que o treinador nunca seja respeitado.
     Enquanto treinador, você também um líder?

       A maior parte dos treinadores, quer amadores, quer profissionais, não conhecem a realidade do futebol tão bem como gostariam. Por vezes, deixam-se levar tempo demais, e só mesmo com os erros é que aprendem. Evidentemente, dificuldades não são só para os líderes. Todos nós as temos. Mas, já imaginou, deixar-se levar pela confiança, acreditar que tudo está bem, e não perceber que está a surgir um pequeno "cancro" dentro do grupo, que vai aumentando com o efeito bola de neve, e de repente, tudo parece explodir? A primeira vontade, para muitos, é desistir e não tentar fazer mais nada na vida. Tenha calma, e reflita o que falta à equipa e o que há para melhorar. Os seus jogadores agradecem e todos ganham com isso.
 


 
 
 

domingo, 13 de abril de 2014

COMO FUNCIONAM OS PRINCÍPIOS DA BASCULAÇÃO E DO EQUILÍBRIO DEFENSIVO?


Se começarmos agora a falar de futebol, temos imensos assuntos para discutir, como psicologia, treino, organização tática, princípios de jogo de futebol. Apesar de ser futebol que vamos estudar neste artigo, não vamos estudar tudo o que existe neste desporto, mas apenas estudar dois princípios de defesa: equilíbrio e basculação.
 
 
 
 
       O que é a basculação?
       Geralmente, as equipas que se servem da basculação como princípio estrutural de defesa e principal método defensivo, orientam-se em função da bola. Seguem a bola, movimentam-se para onde a bola for, e ocupam o espaço em volta da bola, obrigando o adversário ao erro ou tentando o desarme. A basculação refere-se à movimentação em largura quando o adversário passa a bola entre diferentes zonas do campo, movimentação essa coordenada entre os vários jogadores da equipa.
       Em que situações utilizar a basculação?
       Vamos pensar em conjunto: se com a basculação, os jogadores se organizam em volta do centro de jogo, para levar o adversário ao erro ou tentar o desarme, como podemos desenvolver uma forma de jogar em volta deste princípio? Em primeiro lugar, precisamos saber como o adversário vai tratar a bola, para onde a vai levar e o que vai tentar fazer com ela. É fulcral saber em que momento devemos recuperar a bola, para que o nosso processo ofensivo seja mais eficaz e facilitado. Em segundo lugar, organizamos a equipa para recuperar a posse de bola:
           Antes de a bola ser recuperada: movimentando-se sempre com o espaço fechado
 
           Recuperando a bola: especialmente se for o momento certo para o fazer
                         Tratando bem a bola: não vale a pena perder a bola logo após a recuperar
       Mas, porquê tratar bem a bola depois de a recuperar, e como o fazer?
       Podemos utilizar duas estratégias diferentes. Se o adversário liberta muito espaço no seu lado do campo, tentar o contra-ataque é uma boa estratégia. Mas se o adversário causa demasiada pressão no centro de jogo, ou dispõe de muitos jogadores nessa zona, ou ainda ocupa bem o seu espaço defensivo, não adianta tentar ações ofensivas com a bola. O risco é muito elevado. Existe um termo, "retirada da pressão" ou como quiserem chamar, onde o portador retira a bola da zona de pressão logo após a recuperar, passando a mesma a um colega de equipa. Esse colega, agora com mais espaço, pode voltar a libertar para outro colega ainda com mais espaço para jogar ou iniciar uma jogada ofensiva. Mesmo que a equipa perca a posse nessa jogada ofensiva, perdeu tentando levá-la à baliza adversária com um propósito, logo não será em vão.
       O que é o equilíbrio defensivo?
       Nem sempre é necessário criar zonas de pressão para forçar o adversário a cometer erros. Muitas vezes é mais fácil não permitir ao adversário ter por onde progredir, que ele mesmo encarrega-se de cometer erros sem grande pressão defensiva da nossa equipa. Evidentemente que não refiro deixar o adversário entrar na nossa zona defensiva e fazer da bola o que quiser. A função do equilíbrio defensivo será organizar os jogadores no espaço defensivo de forma homogénea pela amplitude do campo, sempre com ações de desarme e pressão quando a bola passa perto de um jogador.

 
       Em que situações utilizar o equilíbrio defensivo?
       Apesar de a basculação estender a ocupação do espaço numa determinada área, essa ocupação deve ser equilibrada. Significando isso que, se o espaço em volta da zona da bola for demasiado ocupado, isto é, tem muitos jogadores nessa zona, significa que vai haver espaços no campo sem ocupação, espaços livres, por onde o adversário pode levar a bola e criar situações a partir daí. O princípio do equilíbrio defensivo busca contornar esse problema, dividindo os jogadores de forma equilibrada no espaço do campo. Para isso, necessitamos de dividir os jogadores entre centro de jogo e fora do centro de jogo, assim como dividir os jogadores no espaço no centro do jogo e fora do centro do jogo.
       Portanto, se o adversário ataca em pontos diferentes da nossa defesa onde não sabermos por onde vai atacar, a melhor opção é mesmo defender todo o nosso campo de forma equilibrada, e reagir rapidamente quando o adversário entra numa zona. Como mostra a figura, não importa por onde ataque o adversário, que encontrará sempre dificuldades por parte da nossa equipa.
       Que vantagens têm a nossa equipa com o equilíbrio defensivo?
       Imensas, obviamente. Podemos até referir que a marcação à zona é orientada pelo princípio do equilíbrio defensivo. A principal vantagem é manter o espaço sempre ocupado, mesmo quando dois ou três jogadores se soltam para pressionar o adversário. Mesmo nessa situação, restam sempre jogadores em cobertura defensiva, jogadores a ocupar o corredor lateral contrário, jogadores perto do centro do jogo prontos para entrar em ação ou fechar linhas de passe, assim como jogadores-chave adversários sempre pressionados por jogadores da nossa equipa.
      
Como relacionar estes dois princípios com o tamanho do campo?

       Para fazer esta relação, vamos distinguir apenas dois tipos de campos de futebol: com muitíssima amplitude, e com pouquíssima amplitude. Se assim entendermos podemos estudar porque o tamanho do campo influencia no rendimento das equipas para entender melhor a questão agora apresentada: como relacionar estes dois princípios com o tamanho do campo?

       Em campos com baixa amplitude
       Servir-se da basculação pode ser um excelente método defensivo. Quando a equipa joga em campos pouco largos, e movimenta-se em função da bola, basculando, existirá sempre uma pressão elevada em volta do centro de jogo. Uma vez que o campo é pouco largo, a equipa demora pouco tempo a bascular entre um corredor e o outro, alcançando rapidamente o espaço onde se encontra a bola. Isto quer dizer que, em campos pouco amplos, a basculação irá criar elevada pressão em cima do adversário com facilidade.
       Em campos com elevada amplitude
       Servir-se da basculação para um campo tão largo, desgastando tanto os jogadores e fazendo-os perder tanto tempo a movimentar-se entre corredores é consideravelmente um erro, exceto se o adversário não tenta ampliar o seu jogo ofensivo. No futebol, consegue-se fazer a bola se mover mais depressa que os jogadores. Se vamos utilizar a basculação, chega uma altura que o adversário nos encontra num lado do campo, e coloca a bola no outro lado do campo, onde tem espaço para jogar. Isso fará a nossa equipa não ter tempo suficiente para cobrir esse espaço, o que pode originar situações desvantajosas para a nossa equipa. O essencial para campos de elevada amplitude é ocupar o espaço horizontal de igual forma, e deixar apenas um pequeno espaço no corredor contrário à posição da bola. Mesmo que o adversário coloque rapidamente a bola nesse corredor, a nossa equipa tem jogadores perto dessa zona e fará pressão rapidamente.
       Cito ainda que, a basculação e equilíbrio são apenas dois princípios para organizar a organização defensiva da nossa equipa e que não devemos depender desses princípios para essa organização. Existem outros fatores, como a estratégia adversária por exemplo, ou a posição das linhas de marcação.
 
 
 
 
 
     
 
 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O PODER PESSOAL DE UM VERDADEIRO LÍDER


  O que constitui o poder pessoal de um verdadeiro líder?
1- Um líder não tem dificuldade em atrair seguidores
Um verdadeiro líder mostra boas qualidades que os outros percebem facilmente e não sentem dificuldade que esses mesmos o sigam. Aliás, seguem-no, com todo o prazer, sem sequer pensarem nisso. É uma característica de verdadeiro poder pessoal.
 
  2- A influência
          Conforme as qualidades dum líder se vão desenvolvendo, o líder influência os outros com mais facilidade. Mesmo que não faça um esforço especial para os convencer, eles ouvem e seguem os seus conselhos, tentando imitá-lo.
   3- Gerir bem o tempo
Falta de tempo não é desculpa para a realização de determinadas tarefas. Bem gerido, o tempo dá para tudo, e um líder sabe disso. Sabe gerir bem o seu tempo, se forma pontual e organizada. Respeitando o seu tempo, também respeita o tempo dos outros.
     
   4- Saber vender
  Fazer uso correto do seu poder pessoal é saber convencer os outros. Portanto, um bom líder é também um bom vendedor, capaz de fazer com que qualquer iniciativa pareça atraente. Mas vender, vender o quê? Produtos de mercado ou livros? Não. Vender-se a si e às suas ideias
 
 
       
 
       
 
      
 
     
 
       
 
 
 

A IMPORTÂNCIA DE SABER CRIAR ESPAÇOS


Todos nós temos as nossas ideias e fundamentos para organizar uma equipa, seja em função do que aprendemos, seja em função do que acreditamos. Pessoalmente, gosto de equipas bem organizadas, equilibradas entre defesa e ataque, e que sejam capazes de controlar o jogo.
Porém, quando escolhemos um modelo de jogo, não podemos ficar só pelos princípios. Precisamos de ideias e fundamentos, seja para o jogo com bola ou sem bola, seja para a forma como exploramos os espaços e sejam quais for os espaços que pretendemos explorar. Existem vários espaços no campo que podemos explorar, mas existe um que é comum a todos os modelos de jogo: a zona de finalização. A questão é, o que precisamos para levar a bola até à zona de finalização? Como a recuperamos? Como a levamos ao ataque? São estas perguntas a que procuramos resposta no artigo de hoje.
 

 

 1. Saiba jogar com a bola        Não é obrigatório ter a bola. Muitos acreditam que é necessário ter a bola em sua posse para ganhar um jogo, mas é apenas um conceito. Por exemplo, Arsene Wenger já referiu que prefere entregar a bola, porque a equipa que tem a bola tem responsabilidade de a manter e comete erros. José Mourinho também entende que é mais importante controlar os vários momentos de jogo do que outro conceito. Mais importante do que ter a bola é saber o que fazer com ela. É necessário saber para quais espaços explorar, como explorar e quando explorar.
 
   2. Saiba jogar sem a bola

       Este conceito, é mais importante do que qualquer outro, porque é precisamente o jogo sem bola que permite manter a sua posse, assim como permite criar situações de finalização para que possamos obter o golo. Em qualquer partida, apenas um e só um jogador tem a bola em sua posse. Em sua volta, está uma equipa de dez jogadores que precisam de se movimentar para oferecer linhas de passe ao portador, seja a curta ou longa distância, para que este possa seguir com o jogo.
 
 

 

 Ao mesmo tempo, estão onze jogadores da equipa adversária, que precisam de se movimentar para ocupar os espaços mais perigosos. Tanto para quem ataca como para quem defende, é fundamental saber ocupar espaços em função de um objetivo coletivo, para que todos possam sair a ganhar. Por outro lado, para a equipa que tem posse de bola, quem não tem bola deve ser sempre um apoio ao portador da bola em todos os momentos, seja como linha de passe ou para reagir se este perder a bola. Quem não tem bola, não se livra da responsabilidade de jogar em equipa em momento algum.
    


    




Treino Psicológico! Como fazer! Como treinar! Como tirar rendimento!

Treino, quando falamos nesta palavra, muitas vezes o nosso pensamento direciona-se predominantemente para conteúdos referentes à vertent...