quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Não planear é planear para falhar

Nesta publicação decidi falar um pouco da nossa experiência na formação, como planeamos a nossa época em termos de conteúdos. No nosso escalão estabelecemos um método de trabalho comum às 3 equipas. Elaboramos um plano de conteúdos, tendo em conta as 5 vertentes (psicológica, física, social, técnica e tática), que têm que ser abordados durante o ano. Um pouco como a planificação de conteúdos que um professor tem que fazer no início do ano numa escola.

Este planeamento é feito de acordo com a idade, o nível de competência que os atletas têm e o nível que queremos que tenham no final da época. E serve como um documento orientador de todo o nosso trabalho.







Neste documento estão conteúdos teóricos do futebol que podem ser encontrados em qualquer livro. Mas mais importante que isso, estão os princípios e a nossa ideia de jogo, aquilo que pretendemos para as nossas equipas. Apesar de os exercícios variarem entre treinadores os princípios metodológicos são semelhantes e partilham todos uma ideia comum.

Até aqui tudo bem, provavelmente é ou deveria ser um procedimento habitual em todos os clubes de formação. Mas eu gostava de frisar porque é que deveria e qual a sua importância.

Este pequeno documento se bem aplicado permite que todas as equipas que o utilizam tenham uma identidade semelhante e cria uma cultura de clube. A integração dos atletas que vêm de uma equipa para outra dentro do clube é muito mais fácil. Temos a certeza que abordamos todos os conteúdos importantes para a formação integral dos nossos atletas e reparamos e corrigimos erros que, de outra forma, se não estivéssemos a dissecar os conteúdos nunca teríamos detetado e corrigido.





É, sem dúvida, uma ferramenta muito importante, que deve ser completada e dividida em mesociclos pelo treinador. Quanto mais aprofundado for, mais útil será, mais preparados estarão os jogadores e mais completo será o trabalho do treinador.

Mas será este tipo de planeamento apenas útil para a formação? Na minha opinião não. Para mim um treinador é um psicólogo, é um líder, um preparador físico, um gestor, é uma junção de muitas outras coisas, mas acima de tudo é um professor.




Todo o treinador, tal como na formação, tem uma variedade de conteúdos e princípios da sua ideia de jogo que precisa de ensinar aos seus jogadores. Precisa de hierarquizar esses conteúdos e de os distribuir cronologicamente ao longo da época, dos mais importantes (ou mais urgentes) para os menos porque tem que pôr a equipa a ganhar o mais rápido possível.






Para mim o erro de muitos treinadores de equipas seniores é descartarem-se do seu papel de professor, como se os seus jogadores por terem vinte e poucos, trinta e mesmo trinta e muitos não tivessem nada para aprender. Muitos destes jogadores dão erros simples, nos princípios mais básicos que existem que nunca foram corrigidos e que decidem jogos. E mesmo um jogador completo, com uma boa formação precisa de entender e apreender a visão do jogo do treinador para jogar em sintonia com os seus colegas.

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