sábado, 15 de julho de 2017

Sedentarismo e a Inatividade Física: qual o impacto na saúde?

Tradicionalmente, os conceitos de sedentarismo e inatividade física são tidos como sinónimos, sendo aceite que ambos representam a mesma face de uma moeda. Nada mais longe da verdade. Por estranho que possa parecer, uma pessoa pode ser considerada ativa e ao mesmo tempo sedentária. Por exemplo, um indivíduo pode cumprir as recomendações da Organização Mundial de Saúde para a atividade física, e passar grande parte do seu dia em comportamentos sedentários. Mas que implicações tem estes conceitos para a saúde das pessoas?




Ser-se fisicamente ativo implica a realização de 30 minutos por dia de atividade física moderada ou 75 minutos por semana de atividade vigorosa. A inatividade física é apontada pela Organização Mundial de Saúde como um preditor de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, alguns tipos de cancro e mortalidade, assim como de pior qualidade de vida. Por exemplo, em 2008 cerca de 9% da morte prematura que ocorreu em todo o mundo foi provocada pela inatividade física. Em Portugal estima-se que a inatividade física seja responsável por 8,4% das doenças cardíacas, por 10,5% da diabetes tipo 2, por 14,2% do cancro da mama e por 15,1% do cancro do cólon ocorridos.



Por outro lado, o sedentarismo é definido por um gasto mínimo de energia um pouco superior ao repouso (cerca de 150%). Por exemplo, um individuo pode ter um comportamento sedentário por estar sentado a ver televisão, jogar videojogos ou andar de carro. Este comportamento sedentário é um fator de risco de pior saúde e de morte prematura. A investigação científica demonstra que as pessoas que passam mais de 10 horas diárias sentadas apresentam um risco de mortalidade 34% superior, comparando com as pessoas que passam apenas 1 hora por dia sentadas.





Porém, o impacto negativo do sedentarismo na saúde das pessoas pode ser diminuído perante a realização de atividade física. Ou seja, é possível algumas pessoas terem um desgaste diário reduzido e ainda assim realizarem alguma atividade física. Um estudo efetuado com 55 mil adultos demonstrou que mesmo quando estes não atingem as recomendações mínimas de atividade física, correr 5 a 10 minutos por dia a uma velocidade lenta (9,5 km/h) reduz em 30% a mortalidade e em 45% as doenças cardiovasculares, para além de aumentar 3 anos na esperança de vida. Para as pessoas muito ocupadas, que se desculpam com o pouco tempo disponível para o exercício, será muito mais fácil encaixar 5 a 10 minutos na rotina diária do que os 30 minutos recomendados.
Num ano em que se realizam os Jogos Olímpicos, em que os atletas de elite irão competir sob o olhar de muitos espetadores insuficientemente ativos ou sedentários, temos mais uma ótima oportunidade para alertar para os benefícios do desporto e da atividade física na saúde, contribuindo para uma sociedade mais ativa e saudável.


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