domingo, 17 de abril de 2011

O Barcelona e a sua Qualidade De Jogo

O Futebol apresentado pelo Barcelona, nos últimos anos, tem chamado a atenção de todos os que acompanham essa equipa. Pela forma como ganham os jogos e com uma diferença de golos assinalável, com uma qualidade de jogo consistente, alguns factores emergem como destaques positivos. Dentro de uma cultura de jogo muito definida (pode-se dizer também que há uma cultura do clube que engloba uma cultura de jogo), os comportamentos no jogo (na sua maioria) são balizados por essa cultura, tendo por consequência padrões de movimentação que, apesar de bem sistematizados, interagem bem com o jogo do adversário criando as adequações necessárias na grande maioria das vezes em que é preciso para resolver as adversidades que o jogo propõe.
O Jogo do Barcelona é construído numa Plataforma Táctica de 4-3-3 com um guarda-redes muito activo dentro dos quatro momentos do jogo (organização ofensiva, transição ataque-defesa, organização defensiva e transição defesa-ataque), uma linha de quatro jogadores a sua frente muito habituada a jogar avançada, um meio campo com três jogadores disposto estruturalmente em um triângulo apontado para trás e três atacantes que mantêm com uma certa regularidade também uma estrutura em triângulo, porém apontada para a frente. O foco desse artigo está prioritariamente nesses dois triângulos formados pelos seis jogadores (linha de meio campo e de ataque), porém sem jamais desconsiderar que sistematicamente estão intimamente relacionados com as dinâmicas de toda a equipa.
O Barcelona em Organização Ofensiva, cria situações favoráveis à circulação e manutenção da posse de bola. É interessante observar a reacção da equipa como um todo e dos jogadores que se comportam simultaneamente para atender a essa necessidade (manutenção da bola). São as convenções colectivas da qual todos compactuam, construídas dentro do processo de treino que alguns jogadores dessa equipa vivenciam desde o início da formação nas categorias de base do clube, que permitem tal feito com tanta eficácia.
Com a defesa avançada tentam diminuir o espaço efectivo de jogo do adversário havendo uma sobreposição devido á subida dos medios (Iniesta e Xavi) que pressionam o portador da bola para desqualificar (no sentido de diminuir a qualidade) qualquer tentativa do adversário. É o “campo pequeno a defender” neste caso, porém com um espaço muito grande para ser gerido nas costas da linha de defesa.
Assim como nos outros três momentos, em organização ofensiva, os jogadores relacionam-se (relações internas do sector e relações com outros sectores) sectorialmente para que a macroestrutura Equipa possa atingir seus objectivos (marcar golos e vencer jogos). Na tentativa de desequilibrar o adversário, várias trocas acontecem, jogadores “atacam” espaços vazios, o lateral oposto mantêm a boa amplitude da equipa, atacantes aproximam-se e afastam-se, alguns jogadores ficam em zonas sem pressão para uma necessidade de retirada da bola da zona de pressão e outra infinidade de possibilidades.
Há interacções permanentes numa equipa de futebol. Em todas, sem excepção. A qualidade das interacções é algo único, que pertence a cada equipa, sendo um dos factores que lhe dão identidade. Os princípios de jogo que regem essas estruturas vão diferenciá-las em fixas e móveis. Basicamente, nas estruturas fixas poucas trocas acontecem (como no caso da linha de defesa do Barcelona) com uma maior rigidez posicional e as estruturas móveis são caracterizadas por muitas trocas (linha de meio campo do Barcelona, principalmente os jogadores Xavi e Iniesta). Interessante como independente do tipo de estrutura da equipa, a mobilidade ocorre sem descaracterizar a equipa do ponto de vista organizacional.
Ao direccionar o olhar para as estruturas, deve ter-se muito claro que existe uma dinâmica permanente que a mantêm, não é algo estanque, parado ou morto. E a “vida” que a equipe manifesta surge desse movimento constante.

1 comentário:

  1. Em toda aquela equipa, em que se vê que o Homem no meio campo de maior pressing avançado é o iniesta, e que o xavi é claramente um organizador mais 'recuado', e normalmente o busquets é um trinco de destruição, que tem bons pés, só não percebo bem a posição do Messi. Acho que renderia mais a Falso Avançado, do lado direito, a fazer diagonais para dentro com o Villa como avançado móvel, só com os olhos na baliza, do que estar a dar o protagonismo ao messi, desgastando o villa na ala esquerda e a equipa vê-se que já não rende tanto (Não me lembro se no ultimo ano do Rijkaard se no 1º do Guardiola, o Eto'o + Messi + Henry (?) marcaram um numero exurbitante de golos.) A equipa do Barcelona actualmente é mais madura e mais segura defensivamente, mas para ser perfeita precisava de colmatar 3 posições. GR - o Valdés é bom, mas n de topo. DE - Abidal é bom, Adriano e Maxwell têm-se revelado um pouco abaixo das expectativas. MOD - O pedro para mim é claramente o jogador menos bom daquela equipa, mas esta posição tem melhor solução dentro do balneário: Afellay

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